Nesta
casa afortunada
Em
cada ano ouvireis
Até
alta madrugada
O
nosso cantar de Reis.
Vimos
lá do Oriente
À
luz da estrela dourada
E
trazemos um presente
P’
ra família abençoada.
Vimos
três, mas somos mais,
Os
outros estão a chegar
Já
lá vêm nos quintais
Para
connosco cantar.
À
patroa deste solar
Por
quem temos muita estima
Vamos-lhe
à luz do luar
Cantar
a primeira rima.
Ao
calor dessa lareira
Mais
vossa filha formosa
Ela
será vossa herdeira
E
vós a feliz ditosa.
Ao
ilustre senhor patrão
Queremos
todos dizer
Do
fundo do coração
Há-de
um dia enriquecer.
Não
sabemos se há mais gente
Nesta
casa acolhedora
Sabemos
só qu’ é bem quente
E
não queremos ir embora.
Nós
somos gente de bem
Mas
sabemos bater o pé
A
quem s’ esquecer porém
Da
família de Nazaré.
Somos
reis sem ter dinheiro
Não
temos ouro nem prata
O
coração está primeiro
Nesta
vida tão ingrata.
Recebam
mui prazerosos
Esta
bênção do Senhor
Que
trazemos generosos
Para
um futuro melhor.
Numa
noite que faz dó
Queremos
apenas pedir
Um
pouco de pão-de-ló
Embrulhado
num sorrir.
E
já agora para animar
E
aquecer nosso caminho
Venha
daí a saltar
Uma
caneca de vinho.
Tenham
saúde e bom pão
Haja
alegria e amor
Cumprimos
a tradição
Com
a graça do Senhor!
Frassino
Machado
In
AO CORRER DA PENA